A hiperidrose é uma condição médica que tem como característica principal a presença de sudorese excessiva e imprevisível. Esse excesso de suor pode afetar significativamente a qualidade de vida de quem convive com o distúrbio, como também pode causar baixa estima e evoluir para problemas psíquicos.

Se você sofre com hiperidrose, ou conhece alguém com a condição, continue a leitura e descubra com a Insider o que é hiperidrose, suas causas, sintomas, possíveis tratamentos e alguns cuidados diários que podem ajudar a levar uma vida mais tranquila e confortável.

Hiperidrose: O que é?

Hiperidrose é uma condição em que as glândulas sudoríparas produzem suor em excesso, além do necessário para a regulação da temperatura corporal. Não é raro encontrar pessoas com este distúrbio, mundialmente, 4,8% das pessoas sofrem com a presença de excesso de suor¹. A hiperidrose não é sudorese e há dois diferentes tipos do distúrbio com suas respectivas características:

Hiperidrose primária

A hiperidrose primária não é relacionada a nenhuma condição médica que a pessoa já pode ter e, normalmente, afeta locais como axilas, mãos, pés e rosto. O principal sintoma deste tipo de hiperidrose é a sudorese excessiva nessas regiões, e geralmente mostra seus primeiros sinais na infância ou adolescência.

A hiperidrose primária pode afetar cerca de 1-3% da população, conforme dados levantados pela International Hyperhidrosis Society e pode ser causada pela hiperatividade do sistema nervoso simpático, que controla a sudorese, além disso, também há o fator genético que pode levar ao surgimento².

Hiperidrose secundária

Já a hiperidrose secundária aparece a partir de uma condição médica subjacente ou do uso de certos medicamentos. Ela pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Os sintomas incluem sudorese generalizada, muitas vezes começando na idade adulta e podendo ocorrer durante o sono, sendo menos previsível e mais intensa que a hiperidrose primária.

As causas da hiperidrose secundária podem incluir doenças endócrinas como hipertireoidismo e diabetes, distúrbios metabólicos, condições neurológicas, infecções crônicas, certos medicamentos, menopausa, obesidade, e doenças cardíacas e respiratórias³.

Por ter uma causa que pode ser identificada, é importante que se faça um diagnóstico médico para identificar e tratar a doença subjacente.

O que é hiperidrose emocional?

A hiperidrose emocional é desencadeada por fatores emocionais como ansiedade, estresse ou nervosismo excessivo. Na medicina, não há uma doença identificada como “hiperidrose emocional”, mas é uma boa classificação para o excesso de suor que surge a partir de contextos psíquicos, sendo muito comum quando há a presença de suor frio.

Neste tipo, quando a pessoa se encontra em situações de tensão emocional, o sistema nervoso simpático se ativa, levando a uma produção excessiva de suor, especialmente em áreas como as mãos e o rosto. Essa forma de hiperidrose pode ser particularmente constrangedora e interfere nas atividades diárias das pessoas.⁴

Como saber se tenho hiperidrose?

Os principais sinais da hiperidrose incluem sudorese excessiva sem razão aparente. Este excesso de suor surge em momentos em que não há calor ou esforço físico, e acaba interferindo nas atividades diárias, como escrever, dirigir ou segurar objetos, já que a pele está constantemente úmida.

O surgimento de excesso de suor pode gerar a proliferação de bactérias ou fungos, causar cãibras musculares, dermatite, alergias ao suor e outras doenças de pele⁵. É importante consultar um médico, realizar exames que ajudam a identificar este problema, como o teste de amido-iodo, e exames de sangue para descartar condições médicas subjacentes.

Qual é a causa da hiperidrose?

Como vimos anteriormente, os diferentes tipos de hiperidrose possuem causas diferentes. Na hiperidrose primária a causa não é completamente compreendida, podendo surgir de uma predisposição genética, já que a condição tende a surgir em várias gerações de uma família.

Já a hiperidrose secundária pode ser causada por uma série de condições médicas, incluindo hipertireoidismo, diabetes, obesidade, doenças cardíacas, menopausa, infecções, câncer e distúrbios neurológicos. Sempre recomendamos consultar um profissional da saúde para realizar o diagnóstico correto.

Quais doenças causam suor excessivo?

Quando há a presença de doenças subjacentes ao excesso de suor, estamos falando da hiperidrose secundária. Algumas das doenças que podem levar ao surgimento do excesso de suor são:

  • Hipertireoidismo: doença caracterizada pelo aumento da atividade da glândula tireoide, que tem como sintoma o metabolismo acelerado e, consequentemente, a produção de calor e suor;
  • Diabetes: os níveis descontrolados de açúcar no sangue podem afetar a sudorese, desequilibrando o funcionamento das glândulas sudoríparas;
  • Obesidade: o excesso de peso pode aumentar a produção de suor em algumas regiões específicas do corpo;
  • Doenças cardíacas: problemas cardíacos podem levar a uma sudorese excessiva;
  • Menopausa: as alterações hormonais também podem causar ondas de calor e sudorese.⁶

Além dessas doenças que são mais comuns nos diagnósticos, também há outras condições como infecções, câncer e distúrbios neurológicos que podem levar à hiperidrose secundária.

Tratamento para hiperidrose: cuidados diários e intervenções médicas

A hiperidrose afeta a qualidade de vida de quem a possui e considerar um tratamento adequado é buscar uma melhora do bem-estar diário. Não há um tipo de tratamento ideal, e a escolha dele depende da condição de cada um, considerando a gravidade e a localização do suor excessivo.

Há diversas opções de tratamento, variando desde cuidados diários até intervenções médicas mais complexas. Confira alguns dos tipos de tratamentos que podem ajudar na redução e controle do suor excessivo.

1. Mudança de antitranspirantes

Não há um desodorante para hiperidrose, por este motivo, produtos contendo cloreto de alumínio são frequentemente usados como primeira linha de tratamento.

Estes tipos de cosméticos são formulados com químicos pesados que agem obstruindo temporariamente os ductos das glândulas sudoríparas, bloqueando o suor de forma artificial e causando um efeito rebote, que tem como consequência o aumento da transpiração.

Aqui no blog da Insider você encontra um conteúdo completo em que explicamos porque desodorantes sem alumínio são mais benéficos à saúde.

2. Uso de medicamentos orais

Há alguns tipos de medicamentos como os anticolinérgicos, que bloqueiam a ação da acetilcolina — um neurotransmissor responsável pela regulação do suor — e também podem auxiliar na redução da produção de suor.⁷

Infelizmente estes tipos de medicamentos possuem efeitos colaterais bem presentes como boca seca e visão turva, portanto, optar por esta alternativa de tratamento deve ser algo devidamente recomendado por um médico.

3. Aplicação de toxina botulínica (Botox)

Atualmente, uma novidade que tem se mostrado promissora na redução temporária do excesso de suor é a aplicação de injeções de Botox nas axilas. Neste tipo de tratamento a toxina botulínica é aplicada nas regiões que mais possuem a presença de transpiração excessiva, e acabam por bloquear os nervos que estimulam as glândulas sudoríparas.

Este é um tratamento eficaz, mas temporário, e pode precisar ser repetido em alguns períodos de meses, conforme explica a biomédica Camila Zillig⁸.

4. Aplicação de iontoforese

A iontoforese é um método terapêutico que utiliza uma corrente elétrica de baixa intensidade para introduzir medicamentos através da pele, sendo uma opção indolor e não invasiva. Este tipo de tratamento para hiperidrose atua diminuindo a atividade das glândulas sudoríparas, sendo muito utilizado para tratamento de hiperidrose nos pés e nas mãos.

5. Intervenção cirúrgica

Em casos graves, um procedimento chamado de simpatectomia torácica endoscópica pode ser considerado. Este nome difícil de se pronunciar consiste na cirurgia que envolve a interrupção dos nervos responsáveis pela sudorese.

É um dos únicos procedimentos com eficácia comprovada, porém, embora seja eficaz, a cirurgia pode ter complicações como alterações no sistema nervoso simpático que também está ligado às atividades do coração, pulmões e outros órgãos do tórax.⁹

É ideal que quem sofre com a hiperidrose busque orientação médica especializada para determinar a abordagem de tratamento mais adequada às suas necessidades. Muitas vezes, a combinação de tratamentos diários e intervenções médicas permite uma melhora na condição da hiperidrose.

Como diminuir a hiperidrose naturalmente?

Se você busca uma solução mais prática e menos invasiva, temos algumas opções que podem ajudar a tornar os dias mais leves e confortáveis:

  • Mantenha uma boa higiene pessoal com banhos regulares. Isso pode ajudar a controlar o suor e evitar infecções;
  • Troque seu antitranspirante por desodorante. Os antitranspirantes possuem químicos pesados e podem causar o efeito rebote, opte por produtos como os desodorantes com formulação natural, absorventes para as axilas também são uma opção;
  • Evite alimentos picantes e cafeína, que podem aumentar a produção de suor. Manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes pode contribuir para o controle do suor.

Hiperidrose: cuidados diários para garantir uma vida mais confortável

Uma opção confortável e prática é a tecnologia têxtil nas Undershirts, camisetas internas antitranspirantes. As undershirts funcionam como uma segunda pele, podem ser utilizadas por baixo da camisa social ou mesmo por baixo da camiseta, e o melhor, são termorreguladoras: você não passa calor por adicionar uma camada de roupa.

Elas absorvem o suor e o evaporam rapidamente, evitando manchas constrangedoras e odores desagradáveis.

Os modelos da Insider foram desenvolvidos para diferentes níveis de transpiração. O modelo para transpiração mais intensa consegue impedir totalmente que o suor atinja a camisa de cima. Você não para de suar, mas reduz o incômodo do excesso de transpiração. Assim, você abre a possibilidade de tratar a hiperidrose de maneira alternativa.

Agora que você sabe tudo sobre a hiperidrose, é possível buscar os melhores tratamentos e cuidados diários para controlar o excesso de suor e melhorar a sua qualidade de vida ou de quem convive com este problema.

Para mais dicas sobre como manter-se confortável e confiante, leia nosso conteúdo sobre roupas de verão masculinas para se vestir bem e não passar calor e descubra como pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na sua rotina.

Referências:

¹ INTERNATIONAL HYPERHIDROSIS SOCIETY. About the International Hyperhidrosis Society. Disponível em: https://www.sweathelp.org/sweat-help-home/about-the-international-hyperhidrosis-society.html. Acesso em: 20 maio 2024.

² NASCIMENTO, Isabella Bittencourt Oliveira et al. Tratamento da hiperidrose primária infanto-juvenil: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 12, n. 4, p. e20412441231-e20412441231, 2023.

³ DE SOUZA, Mauro César Tavares et al. Hiperidrose–Conceitos e Atualizações Cirúrgicas. Cadernos UniFOA, v. 1, n. 1, p. 113-120, 2006.

⁴ CARDOSO, Priscila Oliveira et al. Avaliação de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de hiperidrose palmar quanto à qualidade de vida e ao surgimento de hiperidrose compensatória. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 36, p. 14-18, 2009.

⁵ GONTIJO, Gabriel Teixeiro; GUALBERTO, Gustavo Vieira; MADUREIRA, Natália Augusta Brito. Atualização no tratamento de hiperidrose axilar. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 3, n. 2, p. 147-151, 2011.

⁶ ISHY, Augusto. Tratamento da hiperidrose palmo-plantar pela simpatectomia videotoracoscópica: terceiro versus quarto gânglio torácico. 2010. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

⁷ REZENDE, Alana Silva; DURÇULINO, Maria Marcella Costa; NAKAHARA, Mitsue Jaciara Mota. Os Tratamentos direcionados a Hiperidrose e Bromidrose: benefícios, cuidados e restrições. 2020.

⁸ SANTOS, Camila Zillig Paiva dos. Efeitos da toxina botulínica tipo a no tratamento da hiperidrose primária. 2018.

⁹ FERREIRA, Ana Paula et al. Acompanhamento longitudinal da atividade vagal cardíaca de indivíduos submetidos à simpatectomia torácica endoscópica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 44, p. 456-460, 2018.