O livro A Startup enxuta foi escrito por Eric Ries, um empreendedor do Vale do Silício. Com esse livro e outros de sua autoria, foi reconhecido por traçar estratégias para valorizar o movimento Lean Startup.

Você já conhece as estratégias indicadas no livro para empreendedores? E sabe do que se trata esse movimento? Descubra mais com as informações que a Insider separou para você!

O que é movimento lean startup?

Eric Ries traz vários insights para empreendedores, desde os mais experientes até aqueles que estão começando a se aventurar na arte de empreender. Ele defende que as startups são criadas em situações onde a incerteza é predominante, o que leva a buscar um modelo de negócios escalável e repetível. A startup enxuta ensina formas de conhecer o cenário de mercado que deseja começar os negócios e como ser mais assertivo nessa inserção.

O movimento Lean Startup que o autor protagonizou é basicamente um modelo de negócios no qual startups são levadas a entender a forma correta, assertiva e mais simplificada de alocar seus recursos. Com isso, gastam menos e aproveitam mais as oportunidades que vem das pessoas (o maior ativo de uma startup). O resultado, segundo o autor, é um empreendimento mais eficiente e com mais chances de sucesso. 

Esse modelo de negócios é ideal para que a startup cumpra seus objetivos com eficiência. Isso porque a startup é geralmente associada a incerteza, já que é um empreendimento em busca de consolidação no mercado. O que Eric Ries fez para esses empreendedores foi traçar estratégias e boas práticas de gestão para potencializar as chances de sucesso. 

Conheça as principais ideias do livro na lista abaixo:

A Startup Enxuta

1.     É muito importante que a Startup tenha uma visão

Ter uma visão significa ser norteado por alguma construção sólida do que a startup deseja alcançar. Existe o modelo de negócios, o planejamento do produto e a visão de mercado. O resultado dessa soma é o produto que a startup oferece – e esse produto pode mudar de acordo com a necessidade analisada. Essa mudança, no entanto, não é aleatória, e ocorre de acordo com o alinhamento da situação atual com a visão da startup.

A questão central é: Existe necessidade de mudança do produto para que a startup se mantenha na direção de sua visão, seu objetivo? Se sim, mudar é essencial, uma virada estratégica para se manter “no jogo”, e o autor chama de pivots. É com eles que a startup demonstra que tem a capacidade de experimentar e aprender com a destreza e velocidade exigida pelo mercado. Já que nasce em um ambiente de incertezas, saber fazer as escolhas corretas é o que separa as startups de sucesso.

2.     É igualmente importante que os aprendizados sejam validados

Um conhecimento adquirido não é algo imutável, ainda mais quando se trata de uma startup. Saber tirar aprendizados de situações nas quais foi necessário aprender algo novo para a solução de problemas é ótimo, mas é preciso manter em mente que esse aprendizado pode se tornar obsoleto com o tempo. É aí que entra a necessidade e importância de validar aprendizados.

Para sua validação, os conhecimentos e aprendizados precisam ser testados, colocados à prova. Validar é simplificar e comprovar que a resolução de um problema que as pessoas têm ainda ocorre através da estratégia aplicada. Se a estratégia é testada e continua a gerar resultados, deve ser mantida. Caso contrário, é hora de ser descartada.

3.     Monetização e experimentação

Gerar receitas é um dos principais objetivos de uma startup. Ainda assim, muitas caem no erro de demorar para monetizar seus produtos. O melhor é cobrar pelos seus produtos o quanto antes, ao invés de criar inúmeras possibilidades de coisas que as pessoas hipoteticamente pagariam. Gerar uma receita (mesmo que pequena) é muito mais saudável.

A dica que o autor traz em A Startup Enxuta é que se deve começar por um protótipo, mesmo que este não tenha esgotado seu potencial criativo e esteja incompleto. Também é o momento ideal para a criação de metas de receitas de forma crescente.

A experimentação, por outro lado, propõe que você tenha uma visão clara da demanda antes de começar a oferecer o seu produto. Um bom exemplo são os fundadores da Zappos, que verificaram a necessidade das pessoas de comprar sapatos pela internet.  Como experimento, começaram a fotografar sapatos em lojas e anunciar a sua venda. Ao verificar que as pessoas de fato compraram, iam até a loja e compravam os produtos para envio ao cliente. Com essa experimentação ficou bem clara a demanda, os custos logísticos, entre outros pontos essenciais à startup.  A empresa foi criada de forma mais segura, com validação. Deu tão certo que foi vendida para a Amazon por mais de U$1 Bilhão.

Para testar o seu produto é preciso, primeiro, testar as ideias viáveis e disponíveis, até encontrar a ideia que é bem aceita pelos usuários. Esse é um desafio e tanto para os empreendedores. Eles querem inserir no mercado o produto perfeito, impecável, totalmente apto para todas as funcionalidades inicialmente pensadas para ele. Mas, às vezes, é preciso trabalhar com o que se tem e construir as bases necessárias para alcançar as metas mais ambiciosas. O melhor produto é um futuro incerto no qual você só vai chegar se testar e validar as ideias que o tornem viável.

4.  Construir, aprender, mensurar

A experimentação tem uma maneira correta de ocorrer, segundo Ries. Deve ser implementada a partir do método científico e começar com uma hipótese. Os passos principais para um bom teste são: a) construir b) aprender c) mensurar. Esse é o ciclo pelo qual a startup deve passar repetidas vezes. É onde entra a criação de um produto chamado de produto mínimo viável, que não precisa estar totalmente pronto. Esse passo a passo é um pilar para a startup enxuta.

Salto de fé: Acredite no seu produto

Oferecer um produto que você mesmo não acredita é uma tarefa difícil. Mais ainda se esse produto não tiver capacidade de resolução dos problemas dos eventuais clientes. É por isso que toda startup precisa acreditar no produto que traz ao mercado, desde a necessidade que cria a demanda por ele até sua capacidade de atender a esta.

Acreditar não é tudo, infelizmente. Além disso, é preciso entender que não existe fórmula mágica e produto ideal para empreender, somente possibilidades que podem ser exploradas de formas assertivas. Isso significa que o empreendedor vai correr riscos, e é preciso assumir riscos com consciência de quais valem a pena e quais são desnecessários e perigosos demais.

O exemplo prático desses riscos foi o caso de Steve Jobs. Quando lançou o iPod, acreditava em duas coisas que o impulsionaram. Uma delas era simples e já tinha sido validada por outros empreendedores, que era a de que as pessoas queriam ouvir música em qualquer lugar com fones de ouvido. A outra é que, se necessário, pagariam por conteúdos musicais da internet, em parte rompendo com a predominância da pirataria digital. Era uma crença e aposta ousada – e ele mensurou os riscos.

Como mensurar seu produto mínimo viável

A startup enxuta ensina que, depois de construído o seu produto mínimo viável e consequentemente ter seus primeiros usuários, você precisa começar a fase de testes. É aí que entra a dica: primeiro as hipóteses mais arriscadas. Isso aumenta suas chances de acertar e reduz os riscos de, depois de consolidado, testar algo que vai afastar os clientes conquistados. O ideal é começar por elas.

É importante definir métricas realistas e formas/experimentos que vão te ajudar a alcançar esses objetivos. É o momento em que você vai analisar os resultados e, sendo positivos, se manter nessa ação, enquanto se forem negativos é necessário mudar de direção

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Hora de escolher entre continuar ou pivotar

A Startup enxuta descreve um pivot como uma nova direção de produto. Nele, ocorrem novas validações. É preciso saber a hora certa de fazer isso, já que a demora é arriscada para a sobrevivência da empresa. Existem diferentes tipos de pivot, que podem ser um novo produto, uma funcionalidade nova, o foco em outro público alvo, a colocação de outra plataforma para comercialização dos produtos, entre outras.

É preciso considerar os tipos de pivot existentes e fazer a mudança se o negócio não estiver indo bem. Caso os resultados sejam positivos na medida definida como meta, não há necessidade de mudanças desse tipo, já que teoricamente você encontrou seu fit de mercado. Encontrar esse fit de mercado não é motivo para ficar estagnado, as inovações são sempre bem vindas e importantes!

Essas são as principais ideias abordadas em A Startup enxuta. O que você achou de conhecer essas lições? O blog da Insider traz vários outros insights valiosos para sua vida pessoal e profissional, vale a pena conferir!