Quem nunca jogou videogame na infância? Já imaginou fazer deste passatempo seu trabalho? Jogar para viver é algo com que muitos jovens sonham, no entanto, esse sonho já é realidade para muitos deles. Os tempos mudaram e cada vez mais jogadores estão usando seus talentos para criar oportunidades de negócios lucrativas. O fenômeno eSports está experimentando um crescimento exponencial.

Graças aos esportes eletrônicos, abriram-se as portas para novas ideias de negócios e oportunidades de trabalho em uma área que já movimenta bilhões no mundo todo. Ainda não sabe o que são e-Sports? Continue lendo!

O que são eSports?

Os eSports, também conhecidos como e-sports, egames ou esportes eletrônicos, é uma forma de competição em que os jogadores profissionais se enfrentam em equipes ou individualmente. As competições acontecem em uma plataforma digital multiplayer (com vários jogadores simultaneamente), e normalmente há prêmios em dinheiro concedidos no final dos torneios.

Existem vários tipos de torneios de eSports hoje, que incluem:

  • Eventos de tiro em primeira pessoa (FPS), como Call of Duty, Counter-Strike e Halo;
  • Eventos de arena de batalha multijogador online (MOBA), como League of Legends e Dota 2 Heroes;
  • Eventos de jogos de estratégias em tempo real (RTS), como StarCraft: Brood War, Warcraft III e StarCraft II;
  • Eventos de jogos de luta, como Street Fighter, Mortal Kombat e Super Smash Bros;
  • Eventos de jogos esportivos, como FIFA, Madden e NBA2K;
  • E outros eventos, como jogos de cartas.

História dos eSports

Jogos eletrônicos competitivos não são exatamente algo novo, embora no início eles existissem em termos bastante diferentes. O formato mais próximo que podemos observar do primeiro torneio competitivo de jogos, seria o da Universidade de Stanford, Califórnia, em outubro de 1972, onde um torneio do jogo “Spacewar” foi patrocinado pela Rolling Stone. O prêmio foi uma assinatura gratuita da revista por um ano.

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Em 1980, a empresa de videogames Atari organizou o torneio Space Invaders Championship, que atraiu cerca de 10 mil pessoas, tornando-se o primeiro grande evento para este tipo de atividade. Nesse mesmo ano foi fundada a organização Twin Galaxies, encarregada de promover os videogames e divulgar os recordes por meio do Guinness Book of Records. Apenas 3 anos depois foi criada a American National Video Game Team.

Todos esses movimentos desencadearam a popularidade crescente dos jogadores e o aparecimento do primeiro programa de videogame conhecido na televisão: Starcade, exibido entre 1982 e 1984. 

O advento da internet

Na década de 90, as conexões de internet tiveram um avanço significativo que beneficiou a indústria de videogames. Assim, em 1993, Netrek foi reconhecido como o primeiro jogo online multiplayer.

Grandes torneios de videogame começaram a proliferar graças ao envolvimento de marcas como Nintendo ou Blockbuster Vídeo. Estes confrontos foram organizados com milhares de participantes, tanto a nível americano como internacional.

Em 1997, o torneio Red Annihilation, do jogo de tiro em primeira pessoa (FPS) Quake, atraiu mais de 2 mil participantes. O vencedor recebeu uma Ferrari que pertencia a John Carmack, o próprio desenvolvedor do jogo que havia duvidado que alguém o venceria.

No final dos anos 90 houve uma explosão em jogos de estratégia em tempo real, como Warcraft e StarCraft. No entanto, o desenvolvimento da internet nos anos 2000 fez com que o esporte eletrônico começasse a assumir a estrutura tal qual conhecemos hoje. 

De lá para cá grandes eventos ocorreram, entre eles, o World Cup de Fortnite 2019 que em sua primeira edição tornou-se um dos principais eventos de eSports mundial. O campeonato aconteceu no Arthur Ashe Stadium, o principal estádio do torneio de tênis US Open e o maior estádio de tênis do mundo, em Nova Iorque, Estados Unidos. Kyle “Bugha” Giersdorf, um jovem norte-americano de 16 anos, ganhou o prêmio de 3 milhões de dólares para o primeiro lugar e o título de melhor jogador de Fortnite do mundo. 

Equipes

Tornar-se um jogador de esportes eletrônicos profissional não é uma conquista tão simples, além de ser muito concorrido, para subir na classificação, os jogadores se especializam em um jogo específico e alguns treinam até 14 horas por dia para aprimorar reflexos rápidos e habilidades multitarefas. Os jogadores mais talentosos têm duas opções principais para seguir suas carreiras no eSports:

Streaming: Os jogadores que fazem transmissões ao vivo, em plataformas como YouTube e o Twitch (da Amazon), enquanto jogam videogame são chamados de “streamers”. Isso geralmente é feito em jogos casuais. 

Jogando profissionalmente: Os jogadores profissionais entram para as equipes ou jogam sozinhos (em jogos 1vs1) para competir por prêmios em dinheiro. As equipes que competem nesses torneios têm milhões de seguidores nas redes sociais, milhões de pessoas assistindo online ou as acompanhando em torneios presenciais. Cada equipe se especializa e compete em um jogo específico, como Counter-Strike, League of Legends, Dota 2.

Segundo o ranking anual da Forbes, em 2020, as empresas de eSports mais valiosas do mundo são: Team SoloMid, Cloud9, Team Liquid, FaZe Clan, 100 Thieves, Gen.G, Enthusiast Gaming, G2 Esports, NRG Esports, 10ª T1.

Algumas das equipes brasileiras que fazem parte da Confederação Brasileira de eSportsCBeS e tiveram reconhecimento nacional e internacional são a paiN Gaming, CNB eSports Club, INTZ, Flamengo e-Sports, Black Dragons, entre outras.

eSports: Uma Indústria em Expansão

Os jogos eletrônicos deixaram de ser um hobby casual para se tornar um esporte profissional organizado. Hoje, o esporte eletrônico profissional, também conhecido como eSports, é uma indústria global de bilhões de dólares que cresce exponencialmente. Os campeonatos são assistidos ao vivo por milhões de pessoas, e sua potencial estreia olímpica está no horizonte.

Este setor é real, está crescendo globalmente e pode ser um investimento lucrativo. Segundo a consultoria de mercado especializada em videogames NewZoo, mundialmente, a indústria do esporte eletrônico atingiu o valor de $1.1 bilhão de dólares em 2019, dos quais 82% foram gerados pelos direitos de transmissão na mídia, publicidade e patrocínios. A audiência global de eSports cresceu 15% no mesmo ano e chegou a 453,8 milhões de pessoas, a maioria na China, Estados Unidos, Brasil e Coreia do Sul. 

Outro fator importante é que tem forte potencial de inclusão, embora haja um insight valioso ligando a boa saúde física ao desempenho dos jogadores, o sucesso de um jogador independe de quão alto, forte, magro ou rápido ele seja. Os esportes eletrônicos ainda podem nivelar fatores como gênero, cultura e localização. 

Além disso, os eSports também são acessíveis, pois com os jogos eletrônicos, é possível jogar com pessoas de todo o mundo simultaneamente com uma conexão à Internet da sua casa, ao passo que, para praticar um esporte tradicional, é preciso ter que organizar as pessoas no mesmo espaço físico. Essa democratização da participação contribui para o fascínio do eSports e uma base de fãs globalmente engajada.