Já ouviu falar no termo fast fashion? Bom, você, provavelmente, já consumiu alguma roupa feita por esse modo de produção. Ele significa, literalmente, moda rápida. Uma maneira adotada por grandes varejistas de criar novas coleções, cada vez mais rápido e estimular o consumo.
Esse modelo de negócio visa estimular o desejo pela compra e um consumo por impulso. O desenvolvimento das peças é feito de acordo com as últimas tendências e cores do momento. Tornando o processo de produção uma corrida lançar antes de qualquer marca a última moda.
Impactos ambientais
Para produzir essa enorme quantidade de roupas, há muitos processos envolvidos. Esse modo de produção exige diversos recursos do meio ambiente e gera grandes impactos, principalmente com os resíduos gerados ao longo do processo.
As roupas normalmente são feitas para serem extremamente baratas, a consequência disso é a baixa qualidade, durabilidade e sustentabilidade.
É muito comum o uso de tecidos feitos principalmente de fibras sintéticas. O poliéster, por exemplo, é proveniente do petróleo e está presente em grande parte das peças, devido seu baixo custo.
O algodão, é a fibra natural mais usada do mundo. Para sua produção em escala é necessário 2,4% de toda a superfície terrestre, além de consumir 11% de todos os pesticidas e 25% dos inseticidas do planeta.
A água é outro fator importante e ela é utilizada diversas vezes até ser criada a peça final. Para que uma calça jeans seja feita, por exemplo, são usados 11 mil litros de água. Já uma camiseta de algodão consome 2 700 litros.
Ética no trabalho
Para que as empresas de moda rápida consigam trabalhar com os menores preços, muitas vezes elas adotam práticas antiéticas e até ilícitas, explorando a mão de obra. A jornada de trabalho pode chegar a 18 horas diárias e o salário pode ser menor que um salário mínimo.
The true cost: documentário que mostra essa realidade
O documentário The True Cost, dirigido por Andrew Morgan, aborda a dinâmica de produção do fast fashion. Rana Plaza, localizado em Bangladesh, era um local onde havia uma fábrica. Lá se produzia, de forma terceirizada, peças de roupa para uma cadeia de lojas britânica, a Primark.
O lugar desabou e deixou mais de 1000 mortos e centenas de feridos. Esse acontecimento deu visibilidade mundial para a cadeia de produção do fast fashion e as condições às quais os trabalhadores são expostos. Mostrou um lado da indústria da moda que os consumidores não conheciam.
Fashion Revolution: movimento pela moda sustentável
O movimento Fashion Revolution é global e nasceu no Reino Unido após a tragédia do Rana Plaza. Com o acontecimento, passou-se a questionar a indústria e seus modos de produção. Eles incentivam os consumidores a perguntarem “quem fez minhas roupas?”
A Semana Fashion Revolution Brasil 2019 aconteceu em 50 cidades do país e envolveu aproximadamente 25 mil pessoas. No total, foram realizados 815 eventos, inclusive em escolas e universidades do país, questionando o cenário atual e falando sobre moda sustentável.
Como mudar esse cenário?
A resposta é simples: Compre de marcas éticas e transparentes. Na contramão do fast fashion rápida nasce o movimento do slow fashion, que busca criar produtos de qualidade, feitos para durar.
Os consumidores devem ser proativos e buscar entender desde os menores detalhes de qualidade do produto, até a matéria prima as políticas da empresa.
Valorize a produção nacional. A Insider, por exemplo, colocou isso como um dos pilares da marca e as undershirts e cuecas da marca são feitas 100% no Brasil. Queremos incentivar o desenvolvimento nacional e a indústria brasileira.
Descarte
Quando se pensa em moda sustentável e em diminuir os impactos gerados ao meio ambiente, é necessário analisar a parte final, o descarte. Depois de ser produzido com o menor impacto possível e valorizar os profissionais em todas as etapas, o que será feito com o aquela peça quando ninguém mais a quiser?
Em algum momento ela será descartada. Mas, o material da roupa permite que ela seja reciclada? Ela se degrada no meio ambiente? A cueca performance da Insider é feita de poliamida biodegradável. Isso significa que quando descartada, levará no máximo três anos para se decompor.
Quando for comprar algo novo, busque saber as práticas da marca que você está consumindo, qual a qualidade da peça e dos processos por trás dela. E, claro, vá na contramão da moda rápida, consuma menos e opte por peças de melhor qualidade.