Formada por um conjunto de características atribuídas ao sexo masculino, a masculinidade tóxica está enraizada na educação de muitos homens e, também, das mulheres. Ela é formada por mitos que afetam crianças e adultos e gera consequências alarmantes para a sociedade e para a saúde do homem.

Quem nunca ouviu o termo “homem de verdade” ou “homem frouxo”, por exemplo? Esses são somente alguns exemplos comuns ligados à masculinidade tóxica. Diversas características são atribuídas aos homens e criam a falsa necessidade de que eles precisam ser fortes e imbatíveis a todo momento. Veja outras atribuições abaixo:

  • Os homens jamais devem demonstrar fragilidade; 
  • Precisam ser sempre competitivos e brutos; 
  • Devem guiar a vida financeira dentro de casa; 
  • Devem exercer domínio sobre as mulheres, 
  • Não devem se abalar por razões emocionais ou problemas de qualquer outra natureza.

Exemplos como esses e muitos outros carregam os traços do machismo e da intolerância, além de reforçarem a ideia de um padrão inalcançável. Entretanto, alguns homens, desde os mais jovens até os mais experientes, tomam essas atribuições como metas e buscam atingi-las para reafirmar a própria masculinidade.

Consequências da masculinidade tóxica

Existe uma ideia de comportamento masculino ideal para que homens validem a sua identidade. Entretanto, todas as questões relacionadas à masculinidade tóxica geram uma série de problemas emocionais e físicos. Problemas esses que afetam as relações pessoais e podem se estender ao ambiente de trabalho.

Como consequência, muitos se sentem sufocados e, mesmo assim, enfrentam questões psicológicas sozinhos. Além de não buscarem ajuda profissional, evitam até mesmo o desabafo com amigos ou familiares. São casos capazes de evoluir para quadros de depressão e desenvolvimento de vícios, por exemplo.

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Além disso, seria muito superficial falar de masculinidade tóxica e não citar os problemas que giram em torno da libido dos homens. A sociedade impõe a necessidade de estarem sempre dispostos a ter relações íntimas e ser sexualmente predominantes.

Masculinidade tóxica: um conceito difundido entre homens e mulheres

Esse tipo de situação nos leva a pensar que a masculinidade tóxica não afeta somente homens, mas também as mulheres. Desde pequenas, as meninas são levadas a acreditar em uma figura masculina viril e dominadora.

Isso prova que o conceito de machismo tóxico não é algo intrínseco aos homens, mas um conceito difundido amplamente. Fruto de um crença social que foi cultivada e repassada de geração a geração, ele resulta em consequências graves à toda a sociedade.

Os dados comprovam: segundo um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial Social (OPAS/OMS), um em cada cinco homens morre antes dos 50 anos.

Trata-se de um dado que, entre outro fatores, também está ligado à masculinidade frágil. A relação é facilmente estabelecida a partir da ideia de que o homem precisa ser imponente e que, procurar ajuda médica pode demonstrar um sinal de fraqueza.

As expectativas geradas sobre os homens também se relacionam com as taxas de suicídio, homicídio, brigas no trânsito, estresse e problemas domésticos. São efeitos que podem atingir a vida de homens e mulheres de maneira profunda.

Um novo jeito de encarar a masculinidade tóxica

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Entretanto, com o passar dos anos, a discussão acerca do assunto tem ganhado espaço durante os encontros de família, na mesa do bar com os amigos e no mundo corporativo. Nos buscadores, pesquisas como “o que é masculinidade tóxica?” são cada vez mais recorrentes. E este é somente um dos indicadores de que homens e mulheres estão cada vez mais atentos ao tema, fator que pode fazer diferença para as próximas gerações.

Como lidar com a masculinidade tóxica

Para ajudar a mudar essa realidade — ou, ao menos, parte dela —, é válido começar por você mesmo. O primeiro passo pode ser dado em busca da autoaceitação. Também é importante procurar entender que não é necessário se encaixar em estereótipos socialmente estabelecidos.

Não é uma tarefa fácil. Nesse caso, buscar ajuda por meio de terapias e autoanálise pode ser uma maneira para chegar ao objetivo da autoaceitação mais rapidamente.

Por fim, vale ressaltar que não é preciso deixar de ser um homem forte e determinado. Pelo contrário, é válido manter essas características e, ainda assim, buscar empatia, sensibilidade e igualdade. Nesse caso, é preciso ter em mente que uma coisa não anula a outra.