Alguns selos e símbolos são colocados na embalagem de produtos como cosméticos e itens de higiene e limpeza, sem que as pessoas tenham certeza de seu real significado. Hoje você vai aprender o que quer dizer o selo cruelty free e o porquê de ser tão necessário buscar por ele nos rótulos dos produtos que você consome. Saiba mais!
O que é e como surgiu o termo cruelty free
Cruelty free em português significa “livre de crueldade”. Para saber o que é cruelty free você tem que entender primeiro que a presença desse selo deve significar que aquele produto não foi produzido a partir de teste em animais. Esses testes não devem ter sido realizados pela marca e nem por terceiros.
Isso quer dizer que não somente a fabricação do produto em si, mas de todos os seus componentes, ou seja, até mesmo os fornecedores de ingredientes e matéria-prima, devem adotar práticas livres de crueldade animal.
Outro ponto importante para ser considerado cruelty free é não comercializar seus produtos para países onde o teste em animais é obrigatório. Algumas marcas não testam seus produtos em animais no Brasil, mas para entrarem no mercado estrangeiro de alguns países, assinam termos permissivos para a realização desses teste e, mais ainda, pagam a taxa para que esse teste seja feito. Elas são indiretamente associadas a práticas de crueldade animal e, portanto, não são cruelty free.
Algumas marcas também se aproveitam da imagem positiva associada a ter um selo cruelty free e o inserem nos seus rótulos sem realmente tornar todo o seu processo livre de crueldade animal. Existem casos em que as próprias marcas criam um selo semelhante, para induzir consumidores ao erro.
Infelizmente, esse ato de se apropriar de selos e imagens que remetem a sustentabilidade ambiental já é conhecido. O nome dado é greenwashing, em português “banho verde” ou mesmo “maquiagem verde”. Ao invés de buscar tornar suas ações mais sustentáveis, o objetivo das marcas que fazem greenwashing é usar técnicas de marketing para atrair, enganosamente, um público que deseja adotar um consumo responsável. Fique atento e confira o post do blog da Insider sobre como evitar cair nessa armadilha!
Campanha contra teste em animais: #SalveORalph
Recentemente, no meio do ano de 2021, um vídeo viralizou nas redes sociais. Tratava-se do documentário de animação Salve o Ralph, que retrata o que seria um dia comum na vida de um coelho usado em testes de laboratório.
O que chama a atenção é a forma como o animal da animação comenta sobre o sofrimento de ser um animal cobaia nos testes. O documentário é uma espécie de relato pessoal de um coelho que “trabalha” para uma marca que produz cosméticos.
Ele relata que tem dores no corpo em todos os momentos, uma orelha surda que o faz ouvir um barulho incômodo o tempo todo, além de ter um olho cego e queimaduras nos pelos.
O curta serve como um alerta para a conscientização das pessoas sobre como os testes em animais objetificam a vida dos animais usados como cobaias de uma forma cruel. Assistir o relato ajuda as pessoas a visualizarem o sofrimento causado, o que é importante para que haja mais sensibilização e apoio ao fim dos testes em animais e cada vez mais marcas cruelty free.
Se ainda não assistiu, assista o curta Salve o Ralph, que termina com uma mensagem importante sobre como nenhum animal deve ser vítima de crueldade em nome da beleza. Para fazer parte de iniciativas como essa, você pode começar buscando marcas cruelty free que podem te ajudar a selecionar melhor o que usar no seu dia a dia.
O Projeto Esperança Animal (PEA) fez uma lista com algumas marcas que não testam seus produtos em animais que você pode conferir em ordem alfabética! Você também pode conferir outra lista de marcas nacionais e internacionais que são cruelty free.
Você sabe que tipo de testes são feitos em animais e quais as alternativas?
Existem diversos tipos de testes em animais. Podem variar de acordo com o produto que está sendo testado. Os testes variam entre irritação cutânea, fototoxicidade, toxicidade, entre outros. Eles incluem pelos raspados e pele lacerada para aplicação de produtos e observação das reações por dias, o que também envolve dores, queimaduras, cegueira, irritações e alguns podem ser letais.
As alternativas para acabar com testes em animais e tornar o selo cruelty free cada vez mais popular já são uma realidade. Estudos mostram que testes in vitro são alternativas acessíveis e eficientes para a substituição do teste em animais. Neles são criadas células e tecidos artificiais, que podem ser usados para estudo, manipulação e observação.
A tecnologia também tem sido uma aliada para substituição do teste em animais, já que computadores e softwares começam a ser usados para simular a biologia humana e a visulização da toxicidade dos produtos, entre outras possibilidades.
A ANVISA demonstrou um avanço significativo no debate ao aprovar uma norma que pretende reduzir a necessidade do teste em animais para pedidos de registros de medicamentos, cosméticos e de produtos para saúde ou limpeza, entre outros. A ideia é aceitar métodos alternativos aos testes em animais e incentivar as empresas a agirem dessa forma, buscando alternativas que também garantem a segurança e eficácia dos produtos.
Leis brasileiras, testes em animais e o selo cruelty free
O Brasil tem dado passos importantes para o fim dos testes em animais. Oito estados no país proíbem os testes em animais, são eles: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, Paraná, Mato Grosso do Sul e Amazonas.
O Supremo Tribunal Federal, a autoridade mais alta do poder judiciário brasileiro, decidiu em 27/05/2021 que a legislação do estado do Rio de Janeiro que proíbe os testes em animais nos cosméticos, perfumes e produtos destinados à higiene pessoal ou limpeza é constitucional.
Ser declarada constitucional é muito significativo, porque a Constituição Federal de um país é a lei mais importante de toda a sua ordem jurídica. Sendo assim, se uma lei é declarada constitucional, significa que essa legislação não está contrária à lei maior. É uma conquista importante para a validação e visibilidade da causa!
Confira mais conteúdos como esse e sobre responsabilidade ambiental no blog da Insider!