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É muito provável que, em algum momento da vida, você já se deparou com uma pessoa que colecionava algo. Essa prática é comum em todas as idades, até mesmo algumas crianças já mostram uma tendência ao colecionismo. Mas o que leva as pessoas a selecionarem certas coisas para colecionar?

O colecionador é aquela pessoa que busca, organiza e guarda ou expõe seu acervo, que pode ser qualquer coisa, já que existem diversos tipos de coleções. Descubra mais sobre como essa prática funciona, e como o excesso de coisas guardadas pode ser caracterizado como um certo transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

Quais itens são colecionáveis? 

Colecionismo tipos de coleções

Existem coisas que por natureza já são categorizadas como “colecionáveis”, como livros ou objetos que disponibilizam uma “edição de colecionador”, mas a verdade é que tudo é colecionável. Tudo depende da criatividade do colecionador, para que um item simples ganhe um ar de coleção ao ser colocado junto com inúmeros outros, com características iguais ou semelhantes.

Essa flexibilidade do colecionismo tem uma explicação segundo o historiador alemão  Philipp Blom, que estuda o colecionismo. Para ele, a Revolução Industrial (1760 a 1840) causou um grande impacto sobre a prática de colecionadores.

Inicialmente, os objetos artísticos eram extremamente raros, difíceis de encontrar, e mais ainda de comprar. Depois do período histórico citado, a busca por ter esses objetos encontrou um incentivo a mais. O ato de colecionar, que antes era exclusivo dos mais ricos, teve o caminho aberto a colecionadores comuns.

Esses colecionadores comuns não buscavam mais artefatos raríssimos para colecionar, mas tornaram essa prática acessível com coleções de brinquedos, selos, embalagens, e objetos comuns no geral, entre outras diversas coisas.

Tipos de coleções

Uma prova dessa flexibilidade do colecionismo é a coleção de Martin Mihál, da República Tcheca, que guarda cerca de 39.050 embalagens vazias de chocolates do mundo inteiro. Para expor sua coleção online, foi criado o The Chocolate Wrappers Museum (Museu de embalagens de chocolate). Nessa página da web todas as embalagens são digitalizadas e expostas.

As embalagens vazias são colecionadas com apoio de pessoas em todo o mundo, que enviam essas embalagens de seus respectivos países para somar à coleção de Martin Mihál. Essa é a prova de que não é necessário muito além da criatividade e vontade para que algo seja colecionável.

De forma parecida, o libanês Nabil Karam entrou no livro dos recordes como o maior colecionador de carros em miniaturas do mundo desde 2011. Até 2016, sua coleção contava com 37.777 itens, e ele foi confirmado novamente como o maior colecionador da categoria em 2018.

Mas, então, qual é o limite entre o colecionismo e uma obsessão por ter e manter algo?

Como diferenciar colecionismo de uma obsessão

Um acumulador compulsivo pode ser confundido com um colecionador. A diferença é que, no caso dos acumuladores compulsivos, os sinais podem chegar a ser preocupantes.

Eles não guardam os objetos apenas por interesse em manter vários da mesma categoria.

É, na verdade, uma dificuldade de descartar no lixo objetos sem utilidade alguma, que são acumulados em diversos locais da casa ou do ambiente de trabalho, por uma espécie de medo de jogar fora e precisar no futuro. Somado a isso, existe dificuldade em manter os próprios pertences organizados e, mesmo assim, compram outros iguais.

O colecionador não age por impulso. Ele tem em mente quais são os itens que se encaixam em sua coleção, e é capaz de buscar com muito foco por um objeto em específico que ficaria incrível na mesma. É prazeroso buscar, encontrar e acrescentar. É possível fazer novas amizades com pessoas que colecionam coisas iguais ou semelhantes, e ainda é viável trocar um item por outro que está mais de acordo com a coleção.

Já os acumuladores compulsivos, conforme o nome já sugere, agem apenas por uma compulsão em guardar coisas em excesso. Essa prática já não é benéfica, porque pode resultar em um ambiente perigosamente desorganizado.

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Colecionismo e consumo consciente

O colecionismo envolve comprar, trocar ou ganhar itens que são compatíveis, de algum modo, com outros que já possui, e organizar essa coleção de forma que cause bem-estar.

O acúmulo desnecessário e compulsivo de itens, por outro lado, vai na contramão do consumo consciente, que envolve dispensar o consumo em excesso e de produtos prejudiciais.

Esse consumo consciente também diz respeito a buscar alternativas menos agressivas ao meio ambiente, então mesmo nas coleções, o ideal é priorizar colecionáveis produzidos com responsabilidade social, se estes forem objetos.

Em suma, saber diferenciar o colecionismo como algo saudável e que não seja nocivo pessoal ou ambientalmente é uma boa estratégia para quem quer começar uma nova coleção ou fazer crescer alguma já existente!