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Sempre que se fala sobre o que é acessibilidade, algumas situações do dia a dia são rapidamente lembradas. Aquela vaga específica para pessoas com deficiências ou idosos, a escritura em braile na embalagem de um produto e até mesmo o auxílio especial, disponível em algumas instituições bancárias a quem precisa, para usar os caixas eletrônicos.
Esses exemplos de acessibilidade citados permitem a usabilidade do produto ou serviço oferecido, tornando possível esse consumo, sem dificuldades ou desvantagens para alguns usuários.
Tornar o acesso possível é justamente o objetivo da acessibilidade, mas esse acesso não pode se restringir ao mundo físico, e é aí que entra um ponto muito importante a ser enfatizado. A acessibilidade digital e a forma como esse acesso também precisa ser viabilizado na hora de navegar na internet.
Por esse motivo, o foco é trazer algumas ferramentas de acessibilidade, sua importância e diretrizes, informações essenciais para quem produz qualquer tipo de conteúdo online, tem uma página na web ou simplesmente consome esse tipo de material.
Diretrizes de acessibilidade para conteúdo na web
A promoção da acessibilidade na web conta com uma espécie de guia, que são as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG). Essas diretrizes pretendem tornar o conteúdo na web acessível às pessoas com necessidades especiais e aos usuários em geral a partir dos seguintes princípios:
Perceptível
Um conteúdo perceptível é aquele em que as informações e componentes da interface são claras e compreensíveis para todos. Existem várias formas de fazer isso, uma delas é a colocação de alternativas textuais para conteúdo não textual (imagens, vídeos). O texto alternativo também se torna disponível para impressão em tamanhos de fontes maiores, em braile, em símbolos ou linguagem simplificada, por exemplo.
Outras formas de deixar o conteúdo perceptível é a colocação de legendas, audiodescrição, língua de sinais, etc.
Adaptável
Existem critérios específicos para que essas características sejam adaptáveis às pessoas com deficiências e com necessidades especiais.
Um desses critérios é a apresentação do conteúdo. O conteúdo criado precisa ser viável para apresentação de outras maneiras. Uma forma de adaptar é colocar instruções de cor, forma, tamanho, localização visual e som, para que seja possível a compreensão de suas características essenciais, como informação e estrutura, por todos os usuários.
Discernível
Um conteúdo discernível é importante por não representar uma dificuldade na audição e visualização dos usuários.
Um exemplo é o cuidado na utilização das cores para que não sejam a única forma de transmitir uma informação ou questionamento, e nem o único critério de diferenciação entre um elemento visual e outro. Isso seria um impedimento para as pessoas com daltonismo, por exemplo, que não enxergam as cores da mesma forma que os demais.
Operável
O conteúdo também deve ser operável em todas as suas funcionalidades, como na utilização do teclado (físico e virtual) sem dificuldades, exceções ou bloqueios. Outra especificação colocada pelas diretrizes é o fornecimento de tempo suficiente para ler e utilizar o conteúdo disponível.
Além disso, existe um ponto importante nesse tópico que diz respeito a criação de conteúdo que possa causar convulsões e reações físicas em alguns usuários. Os criadores de conteúdo digital não devem criar uma sequência de imagens ou vídeos que pisquem mais de três vezes no período de um segundo, por exemplo, fator que pode causar a impossibilidade de algumas pessoas acessarem toda a página por gerar reações adversas.
Navegável
Uma página precisa ser navegável aos usuários, mas para que seja navegável deve apresentar formas de auxiliar os usuários nessa tarefa, ajudando a localizar e compreender o conteúdo disponível.
Um bom exemplo são as páginas com título, que descrevem qual é a finalidade da página em questão, para combinar clareza e auxílio na navegação.
Compreensível
Estar compreensível é o mesmo que se apresentar de forma legível e previsível.
Um conteúdo com essas características é atento ao idioma da página, ao uso de palavras muito incomuns, que podem não ser de conhecimento geral, além de muitas abreviações, que dificultam a compreensão de alguns e vai na contramão do princípio.
Robusto
O conteúdo robusto passa a confiança para a utilização de diversas formas de interpretar o que está na página pelos diferentes usuários, inclusive para aqueles que utilizam tecnologias de assistência.
Para isso, precisa ser o mais compatível possível com as eventuais ferramentas de tecnologias disponíveis para assistência virtual, ou seja, sua estrutura deve ser adequada para aplicação de ferramentas de acessibilidade.
Enfim, essas diretrizes apresentadas possuem detalhes, exceções e dicas que precisam ser destacadas para o atendimento das práticas de acessibilidade digital.
COMO FACILITAR O ACESSO NA PRÁTICA?
Diante dos princípios apresentados já estamos mais próximos da resposta para o questionamento sobre o que é acessibilidade. Todos os usuários precisam ter uma experiência positiva com a sua página. Assim, seguem algumas ferramentas essenciais para atendimento de necessidades especiais:
A Linguagem Brasileira de Sinais é essencial para a comunicação do deficiente auditivo, tanto pessoalmente quanto no mundo digital. Por isso, ferramentas como o Hand Talk são essenciais para a tradução do conteúdo digital em LIBRAS, tornando este acessível.
Como existem diversos tipos de necessidades especiais, o Essential Accessibility auxilia os usuários que apresentam algumas dessas necessidades, seja por sua idade, presença de algum tipo de deficiência (física, auditiva, visual, etc), paralisia cerebral ou com aprendizado divergente, entre outras. Com a aplicação dessa ferramenta podem acessar o conteúdo por meio de legendas, descrições de áudio e transcrições.
Com a ferramenta Color Filter você pode visualizar a forma como o seu conteúdo está disponibilizado para diferentes tipos de daltonismo, por exemplo. É possível ver como ficaram as imagens que você selecionou, e se alguma perdeu totalmente o sentido diante da diferença na percepção da cor – é aí que entra sua importância na acessibilidade.
Essa ferramenta exercita a empatia, já que te coloca na posição do outro para a visualização do seu próprio conteúdo.
Verificadores de acessibilidade: ACCESS LINT
Por fim, colocadas em práticas as diretrizes e ferramentas de acessibilidade, é possível usar recursos como o Access Lint para confirmar se tudo o que foi produzido em conteúdo digital está, de fato, acessível a todos.
Com essa verificação, você pode se readaptar, recriar padrões e compreender quais são os limites do conteúdo de sua página, para que sejam ultrapassados e adaptados ao acesso de todos da melhor forma possível.
Na Insider, para auxílio no consumo dos conteúdos do blog é utilizado a ferramenta Vooozer, que permite ao usuário ouvir o conteúdo online, sendo uma opção adicional de facilidade de acesso aos usuários. As imagens dos textos inseridos no blog também contam com descrição.
Esses são bons passos para a compreensão da questão sobre o que é acessibilidade e como incluir essa condição no mundo digital. Diz respeito a tornar possível a todos o acesso ao conteúdo digital.