Um novo termo passou a fazer parte do vocabulário e das rodas de conversa dos empreendedores, o DNVB. A sigla significa Digitally Native Vertical Brand, em português: marca vertical nativa digital.

Como o próprio nome diz, esse tipo de marca nasceu no ambiente digital. Mais ainda, se constituiu quando a internet já tinha se consolidado. Dessa forma, não precisaram migrar do mundo offline para o online, e sim, nasceram no mundo do marketing digital.

Isso não significa que esse tipo de empreendimento vive apenas no online. É preciso diferenciar as DNVB de e-commerces, por exemplo. O conceito é muito mais específico e tem algumas particularidades.

Como surgiu esse conceito?

O termo Digitally Native Vertical Brand surgiu nos Estados Unidos. O americano Andy Dunn, CEO da Bonobos, falou sobre o conceito pela primeira vez em 2016, em um texto publicado em seu Medium, The Boook of DNVB.

A Bonobos é uma DNVB de roupas masculinas que começou atuando no ambiente online e depois criou uma loja física. Esse termo foi criado tanto para classificar as empresas no mercado quanto especificar um modelo de negócio.

Como funciona uma DNVB?

Mas, afinal, como funcionam as marcas nativas digitais? A primeira característica foi citada no início do texto, elas nascem no ambiente online. E mais do que isso, entendem esse ambiente e apostam na comunicação com o seu público.

As marcas DNVB se caracterizam por ter uma relação direta com o consumidor, sem outros intermediários. Por isso, focar na experiência e construir uma relação íntima com o público é tão importante para o sucesso do negócio.

O tripé, portanto, é: marca, produto e experiência do consumidor. Para que o negócio funcione, é preciso que os três pilares estejam em harmonia. Sem um deles, o modelo empresarial desmorona.

A importância do relacionamento com o cliente

Um dos grandes diferenciais é o relacionamento com o cliente. Enquanto marcas tradicionais os entendem apenas como consumidores, a empresa DNVB busca um relacionamento mais profundo.

O objetivo é mostrar que seu produto tem valor agregado e vai ser útil e funcional para a vida daquela pessoa. É sobre entender as necessidades do público e entregar as soluções. Tudo isso com uma linguagem e processos únicos.

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Nesse sentido, a comunicação, marketing e redes sociais são muito importantes para construir essa relação. Além disso, é importante ter uma operação estruturada e com um SAC 2.0 eficiente para conversar e tirar as dúvidas dos consumidores.

A geração Z (millennials) e Y esperam respostas rápidas e personalizadas aos seus questionamentos. Por isso, é necessário entender com quem se está falando, para atender e comunicar melhor. Falar sobre missão, visão, valores e impacto positivo são algumas das maneiras de agregar valor à marca e ao produto.

É preciso investir em experiência

Enquanto empresas estruturadas e com grandes operações acabam negligenciando a experiência do consumidor, para as Digitally Native Vertical Brands isso é essencial.

Além da experiência personalizada no online, o offline é o momento para a marca se expressar e sair do imaginário do público. Nesses ambientes, apostar em experiência é mais do que necessário.

Uma marca de roupas, por exemplo, pode criar um showroom onde é possível experimentar algumas peças. Assim, cria-se em um consumidor receoso a confiança para comprar online, pois ele terá a certeza do tamanho e qualidade do produto.

Esse ambiente precisa ser bem pensado, seguindo um design e atendimento que condizem com o posicionamento e a identidade visual da empresa nas redes.

O futuro é digital

Não tem como negar que o futuro é digital e a concorrência é ainda maior. Por isso, quem quer empreender no ramo das DNVB precisa entender que o consumidor e sua relação com ele são fatores que determinam o sucesso da empresa.

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Criar uma identidade forte também é imprescindível para se diferenciar. O produto que será comercializado não precisa ser inovador, mas a forma de se relacionar, sim. Então, dedique um tempo para pensar nas melhores estratégias nesse sentido.

No Brasil, esse tipo de empreendimento ainda está engatinhando, mas o espaço para crescer é grande. Afinal, com esse tipo de negócio, você tem controle total das operações. Não precisa ter diversos pontos de venda, pensar em logística e ter um quadro de funcionários tão extenso.

É possível expandir sem perder o controle das coisas. E criar espaços offline para se relacionar com o cliente e levar o produto para que ele possa testar é uma atitude inteligente!